Unção:
Perguntas que merecem ser esclarecidas.
Quem
pode ungir e o que se deve e pode ungir? As mulheres podem ungir? Qualquer
irmão pode ungir? Podem-se ungir objetos ou qualquer parte do corpo? Deve-se
beber o óleo, ao invés de ser ungido?
O
óleo mencionado em Tg 5.14 tem qual significado? É importante ou foi só para a
época, porque era usado como remédio? O óleo simboliza a presença do Espírito
Santo? Quem pode ungir com óleo, e para quê?
Não
se pode confundir a Unção realizada na nova Aliança, com a utilização da unção antes
de Jesus
Antigamente,
o azeite era aplicado depois do banho (Rt 3.3 e Ez 16.9), nas feridas (Lc
10.34), nos cadáveres após a lavagem do corpo (Mc 16.1), nos cativos libertos
(Lc 28.15), na cabeça (SI 23.5) e nos pés (Lc 7.38).
No
Antigo Testamento, além dos propósitos descritos, a unção adquiriu uma
relevância distintivamente religiosa. Ungir com óleo separava determinadas
pessoas e objetos, dedicando-os ao serviço divino. Havia na legislação (Ex
30.22-33 e 40.10-11) óleos que eram usados para dedicar o tabernáculo, seus
móveis e seus vasos, assim como os membros da classe sacerdotal de Levi que
deviam ali servir. Eventualmente há menções à unção dos profetas (1 Rs 19.6 e
SI 105.15), porém o maior número diz respeito à unção dos reis ( 1Sm 10.1;
16.13 ). Até os utensílios de guerra passavam por consagração (2Sm 1.21 e Is
21.5).
Na
história da Igreja, era de se esperar que um tão grande número de referências à
unção nas Escrituras exercesse um impacto sobre os cristãos ao longo de sua
existência.
As
igrejas protestantes reconhecem a unção exclusivamente com respeito à cura
física. Outros segmentos mais recentes, compostos pelos neopentecostais, têm
procurado difundir a ampla e irrestrita utilização de procedimentos
apresentados no Antigo Testamento, ungindo a tudo e a todos, sob o pretexto de
transmissão de virtudes espirituais.
Esse
processo de mistificação do cristianismo afasta-nos da base de que "Cristo
é suficiente e bastante" para tudo que necessitamos. Paulo exortou aos Colossenses
acerca dos perigos tanto da filosofia, do dogmatismo e do legalismo, quanto do
misticismo (Cl 1e 2).
Conforme
Amos 6.6 a corrupção generalizada distorceu a intenção original da unção,
fazendo crer que mais importante do que a vida interior era a repetição do
ritual com o óleo mais excelente. E é exatamente aí que reside o perigo da
substituição da espiritualidade dinâmica e transformadora pelo ritualismo
repetitivo e sem vida.
A
supervalorização de rituais serve apenas aos interesses de quem quer manipular
o fiel para multiplicar os resultados da instituição que o impõe. A realidade é
que nestes rituais não há qualquer possibilidade de elevação de alma em busca
do sagrado.
Em
Tiago 5.14-16, o apóstolo orienta sobre a doença física e instrui sobre o
direito do fiel em receber a oração, seguida de “UNÇÃO EFETUADA PELO
PRESBÍTERO”, e demonstra que a ênfase recai sobre a oração motivada pela fé,
fazendo-nos compreender que a unção aqui pode possuir um caráter estimulante
desta fé, não possuindo o azeite em si mesmo qualquer graça espiritual ou
"mágica" para operar a cura.
Também
deixou claro que há enfermidades que não se afastam senão após confissão de
pecados. Mas, por outro lado, reconhece que nem sempre a enfermidade é de raiz
pecaminosa, conforme indica a expressão "se houver cometido pecados"
do verso 15.
E
imperativo salvaguardar a espiritualidade desprovida de artifícios que encantam
e impressionam os sentidos físicos, pelo tato, visão e até paladar
(procedimentos em que o azeite é ingerido e outras aberrações), mas não afetam
a vida espiritual.
A
ênfase por rituais de unção indiscriminada, além do preceituado em Tiago,
atende a interesses de retornar ao período pré-reformado da Igreja, lançando-a
na obscuridade advinda da ignorância dos fieis e da volúpia de dirigentes.
As Assembleias
de Deus, “segundo a Bíblia”, continuam recomendando: unção apenas pelos
enfermos, “sobre a testa e não no local da doença”, seguida da oração da fé,
para restauração da saúde física; e unção realizada apenas pelos condutores
espirituais do rebanho de Deus, ou seus presbíteros e pastores-auxiliares,
quando autorizados.
O
óleo mencionado em (Tiago 5.14) é óleo mesmo, usado como ponto de contato, para
estimular a fé do doente. Não há nele nenhum poder inerente. Tanto que o
versículo seguinte mostra que "a oração da fé salvará o doente".
A
unção para os enfermos é a única que deve prevalecer em nossos dias (Mc 6.13;
Tg 5.14). No plano espiritual, a unção representa o Espírito Santo (Lc 4.18),
mas no caso da unção literal (exclusivamente para os doentes, e não para
carteiras de trabalho, carros, casas, etc.), é apenas um ponto de contato
mesmo.
Quem
pode ungir com óleo, e para quê? Só o ministério pode ungir, a fim de
interceder a Deus pelos enfermos (Mc 6.13; Tg 5.14). O que passar disso é modismo,
má inovação, sem nenhum respaldo bíblico.
Não
encontramos na Bíblia nem uma vez sequer ordem para ungir carros, caminhões,
casas, sítios e etc. Ungir essas coisas fica um tanto esquisito porque casas,
carros, sítios poderão ser vendidos e daí como fica a unção anteriormente
realizada, ela tem vencimento? No Novo Testamento encontramos ordens para ungir
enfermos, porém examine com muita atenção essa ordem, porque existem também
pessoas ungindo em desacordo com a Palavra de Deus, preste bem atenção no que o
Apostolo Tiago diz: (Tiago 5:14) “Está
alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele,
ungindo-o com azeite em nome do Senhor”. Tiago diz: Está alguém entre
vós doente? E em seguida determina quem são os que devem realizar a unção.
Hoje
vemos pessoas que não estão no Presbitério e até senhoras ungindo, além disso,
ungindo pessoas que nem pertence a uma igreja, como pode ser isso? Como fica a
ordem apostólica, porque quando ele diz; alguém entre vós entende-se claramente
que ele se referia “a Igreja e não ao mundo”. Ao ungir qualquer pessoa, e sem
critérios, sobretudo não crentes, posso incorrer em um grande erro: ungir
alguém que pode estar dominado por demônios ou espíritos enganadores. Isso é
ultrapassar o que está escrito e isso não é recomendável. Não concordamos com
discriminações alguma, porém a unção não foi autorizada para ser realizada por
senhoras (irmãs) e nem para se ungir os não crentes e nós temos que obedecer às
ordens bíblicas e não os nossos pensamentos que isso pode ser assim e assim. Se
alguém puder me apresentar outra base dentro da Bíblia, apresente, por favor.
Outra
coisa que acontece é que muitos ungem o local da enfermidade, se você prestou
atenção na leitura em (Tiago 5:14) você observa que está escrito; orem sobre
ele e em lugar nenhum diz para ungir o local da enfermidade. Ungir o local da enfermidade pode trazer
conseqüências desastrosas e mesmo porque não existe essa recomendação na
Bíblia. E o que é ainda pior, banaliza a unção que é algo tão sagrado.
Lamentavelmente
existe uma atmosfera de misticismo que atualmente tem invadido a igreja de Cristo
e atribuído um poder sobrenatural ao óleo, em alguns casos anulam até o
sacrifício de Cristo e na sua maioria contrariam todo o ensinamento bíblico
acerca do óleo, utilizando como uma espécie de antídoto mágico ou formula
milagrosa, liquido terapêutico e repelente de demônios. O que existe na
realidade é a comercialização dos óleos supostamente ungidos e as promessas que
lhe são atribuídas, vejamos algumas delas? “O óleo abrirá portas de empregos, o
óleo curará todas as enfermidades, o óleo expulsará os demônios, o óleo
derramará benção sobre suas vidas, comprem o óleo do rio tal..., adquiram o óleo
diretamente de Israel”. Seria cômico se não fosse trágico, e torna-se trágico
por que manipulam o sagrado, distorcem a verdade e vendem ilusões!
A
palavra de Deus é taxativa quanto à prática condenável de acrescentar-se ou
retirar-se algo dos dizeres sagrados, isto porque o texto bíblico possui a
marca pétrea da imutabilidade. No Novo Testamento essa propriedade da
perpetuação literal pode ser verificada na afirmação de Jesus aos seus
discípulos, dizendo que “o céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não
haverão de passar”.
O
que se constata com tristeza nos dias atuais é que a propagação de igrejas
fundadas – e por que não dizer: afundadas – em bases distorcidas ou
desvirtuadas do verdadeiro sentido de um texto e/ou contexto do cânon santo,
tem sido responsável pela assimilação errônea dos ensinamentos ali contidos.
Veja o que Deus fala para tais pessoas e o mal que receberão todos os que desvirtuam
os ensinamentos bíblicos, lendo: (Apocalipse 22:18-19)... Porque eu testifico a
todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes
acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas
neste livro; E, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia,
Deus tirará a sua parte do livro da vida, e da cidade santa, e das coisas que
estão escritas neste livro.
Não
podemos aceitar heresias e modismos. Bíblia é Bíblia.