domingo, 26 de julho de 2015

SOFRIMENTO POR AMOR A CRISTO.

ACHAS QUE É FÁCIL SERVIR AO SENHOR? - “Se alguém deseja seguir-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. 

A cruz possui um significado sublime para o cristianismo. É somente por meio do Cristo crucificado que se pode compreender “o poder de Deus” (1 Cor 1, 24) e a sua ação salvífica entre os homens. Por isso, na pregação evangélica de Jesus, tudo se resume a esta exortação: “Se alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me” (Mt. 16, 24). Não se trata de mera retórica, mas da apresentação de um dado incontestável: não há redenção sem cruz. O homem que quiser se salvar, deverá, apegar-se às sua cruz do dia a dia, renunciando-se a si mesmo, tal qual o Filho do Homem fez no lenho da Cruz. Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo. (João 16: 33). É importante não nos esquecermos de que a aflição não existe para nos derrubar; pelo contrário, a aflição é para nos fazer mais dependentes de Deus, para estarmos, cada vez mais em Seus braços e no Seu coração. E para que tenhamos a certeza daquilo que Ele anteriormente já nos disse: “Sem mim nada podeis fazer!” (João 15, 5).

Quando o Novo Testamento foi escrito, os seguidores de Jesus eram muitas vezes banidos por suas próprias famílias. Algumas das piores perseguições vieram dos líderes religiosos (Atos 4:1-3). Jesus disse aos seus seguidores: "Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus" (Mateus 5: 10). Ele lembrou a Seus discípulos: "Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros me odiaram a mim" (João 15: 18).

Está escrito: (Timóteo 3:12)... "Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos." Como nos tempos bíblicos, muitos cristãos hoje descobrem que fazer uma declaração pública de fé em Cristo pode resultar em prisão, espancamento, tortura ou morte (Hebreus 11:32-38), (2 Coríntios 12:10), (Filipenses 3:8); (Atos 5:40). Muitas vezes, aqueles de nós em nações livres estremecem só de pensar, mas nos sentimos relativamente seguros. Entendemos que existem milhares de pessoas que sofrem diariamente por causa de Cristo e somos gratos por não precisarmos. Entretanto, existe apenas um tipo de perseguição?

Palavras de Jesus: (Marcos 8: 34-36)... Em seguida, convocou Jesus a multidão e os discípulos, e os desafiou: “Se alguém deseja seguir-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e venha após mim. Quem quiser, pois, salvar a sua vida perdê-la-á; mas quem perder a sua vida por minha causa e pelo Evangelho salva-la-á! Portanto, de que adianta uma pessoa ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro se vier a perder-se ou a causar dano a si mesmo?” (Lucas 9:23-25). Nos dias de Jesus, a cruz sempre simbolizava a morte. Quando um homem carregava uma cruz, ele já havia sido condenado a morrer nela. Jesus disse que, para segui-Lo, é preciso estar disposto a morrer. Não vamos todos morrer mártires. Não seremos todos presos, espancados ou torturados por nossa fé. Então, a que tipo de morte Jesus se referiu? Paulo explica em (Gálatas 2:20): "Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim." Seguir a Cristo significa que morremos para a nossa própria maneira de fazer as coisas. Consideramos a nossa vontade, os nossos direitos, nossas paixões e nossas metas como sendo crucificados na cruz com Ele. O nosso direito de dirigir as nossas próprias vidas está morto para nós (Filipenses 3:7-8). A morte envolve sofrimento. A carne não quer morrer. Morrer para si mesmo é doloroso e vai contra a nossa inclinação natural de buscar o nosso próprio prazer. Entretanto, não podemos seguir Cristo e a carne (Lucas 16:13), (Mateus 6:24), (Romanos 8:8). Jesus disse: "Ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha para trás é apto para o reino de Deus" (Lucas 9:62).

Paulo sofreu mais do que a maioria por causa de Jesus. Ele disse isso aos cristãos de Filipos: (Filipenses 1:29)... "Porque vos foi concedida a graça de padecerdes por Cristo e não somente de crerdes nele" A palavra concedida aqui significa "mostrado favor, dado livremente como um presente." Paulo não apresenta sofrimento como uma maldição, mas como um benefício.

(Atos 5:40 – 42)... E as palavras de Gamaliel convenceram a eles. Então, mandaram trazer os apóstolos e ordenaram que fossem açoitados. Depois, exigiram-lhes que não mais falassem no Nome de Jesus e os deixaram sair em liberdade. Os apóstolos se retiraram do Sinédrio, contentes por haverem sido considerados dignos de serem humilhados por causa do Nome. E, todos os dias no templo, bem como de casa em casa, não deixavam de pregar e ensinar que Jesus Cristo é o Messias.

Para nossa edificação, vejamos os martírios mais marcantes da história:

 I) ESTEVÃO - Foi o primeiro mártir da igreja cristã, e de acordo com a Bíblia ele foi apedrejado (At 7.54-60). Ele morreu orando e suas últimas palavras foram "Senhor Jesus, recebe o meu espírito". João Calvino, reformador do século XVI, comenta essa oração de Estevão dizendo: "A nós convém, juntamente com Davi (Sl 31.1), entregar as nossas almas nas mãos de Deus diariamente, enquanto estivermos nesse mundo, visto que somos cercados por um milhar de mortes, a fim de que Deus possa livra-nos de todos os perigos; porém, quando tivermos realmente de morrer, e formos chamados para o outro lado da existência, então teremos que voar apoiados nessa oração - Que Cristo receba o nosso espírito. Pois ele entregou o seu próprio nas mãos do Pai, com esse propósito, o de guardar-nos para sempre. Isso serve de consolo inestimável. Essa esperança deve encorajar-nos a sofrer a morte com paciência".

(II) TIAGO O MAIOR, IRMÃO DE JOÃO - Tiago, irmão de João, foi o primeiro dos apóstolos a ser morto por causa da Palavra de Deus. (Atos 12.2) nos informa que ele foi decapitado, a mando do rei Herodes Agripa I. Clemente de Alexandria, um dos pais apostólicos, conta-nos detalhes de sua morte. Diz ele que ao ser conduzido ao local de seu martírio, seu acusador foi levado ao arrependimento e, caindo aos pés de Tiago, pediu-lhe perdão. Logo após, confessou-se cristão e foi morto juntamente com aquele que antes o havia acusado. Juntos foram decapitados.

(III) TIAGO (irmão do Senhor e bispo de Jerusalém e autor da carta que leva o seu nome, com 99 anos foi espancado e apedrejado pelos judeus até a morte. Isso se deu no ano de 63 (d.C.). Os judeus lhe ordenaram que de uma das galerias do templo clamasse que Jesus de Nazaré não era o Messias. Mas em vez de falar assim, ele anunciou à multidão que Cristo era o Filho de Deus, e juiz do mundo. Então os seus inimigos enraivecidos o lançaram ao chão, e o moeram com pancadas. Não estando ainda completamente morto, acabaram de matá-lo com pedradas, enquanto ele orava pelos seus inimigos. (Tiago 1:2 – 4)... Meus amados irmãos considerem motivo de júbilo o fato de passardes por diversas provações. Porquanto sabeis que a prova da vossa fé produz ainda mais perseverança. E a perseverança deve ter plena ação, a fim de que sejais aperfeiçoados e completos, sem que vos falte virtude alguma. Como ganhar sabedoria.

(IV) SIMÃO PEDRO – (1 Pedro 4:13) - Mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis. Um dos títulos atribuídos a Jesus Cristo é o de servo sofredor. O tema é tão importante, que Pedro considera motivo de regozijo quando o crente chega ao nível de participar dos sofrimentos do Senhor. Pedro foi condenado em Roma a ser crucificado. Hegésipo, um escritor primitivo, conta que o povo, ao perceber que Nero procurava razões contra Pedro para matá-lo, rogou insistentemente ao apóstolo que fugisse da cidade. Persuadido pela insistência deles, ele dispôs-se a fugir. Ao chegar, porém, à porta, viu o Senhor Jesus Cristo que vinha ao seu encontro. Adorando-o, Pedro indagou: Senhor aonde vai? Ao que ele respondeu: "Vou ser crucificado de novo".  Pedro, ao dar-se conta de que era de seu sofrimento que o Senhor falava, voltou a cidade. Jerônimo afirma que ele foi crucificado de cabeça para baixo, por petição própria, por julgar-se indigno de ser crucificado da mesma maneira que o seu Senhor.  

(V) PAULO DE TARSO - O apóstolo Paulo também foi martirizado em Roma. Abdias, um historiador primitivo, conta-nos que quando foi dada a ordem de execução de Paulo, o imperador enviou dois soldados para dar-lhe a notícia que ele seria morto. Diz esse historiador que o nome desses soldados eram Ferege e Partemio. Ao chegarem a Paulo pediram oração para que também cressem. Paulo garantiu-lhes que em breve creriam e seriam batizados diante de seu túmulo. De acordo com a maioria dos historiadores cristãos, Paulo foi retirado de um calabouço em Roma para a execução.  (2 Tm 4.13), nos mostra que o apóstolo Paulo estava em um lugar úmido e sentia muito frio, por isso Pediu que lhe enviassem sua capa de inverno.

(VI) ANDRÉ, IRMÃO DE SIMÃO PEDRO - André, irmão de Simão Pedro, pregou o evangelho  a muitas nações da Ásia. Em Édesa foi crucificado de forma transversal. As extremidades de sua cruz foram fixadas transversalmente no solo. Daí o nome de cruz de santo André.

(VII) BARTOLOMEU - Era natural de Caná da Galiléia, homem de bom caráter, recebendo por isso o elogio de Jesus Cristo. foi um pregador que viajou para vários países e por último, foi cruelmente açoitado e crucificado pelos idólatras da Armênia.

(VIII) APÓSTOLO JOÃO - Por ordem do imperador Tirano, foi lançado numa caldeira de azeite fervendo e por um milagre saiu ileso. Depois disso foi desterrado para a ilha de Patmos a fim de trabalhar nas minas de carvão. Em Patmos lhe foi revelado as profecias dos últimos dias: o Apocalipse. Depois da morte do imperador, João foi solto e voltou para Éfeso de onde escreveu o evangelho que leva o seu nome e as três cartas que também levam o seu nome. Morreu de forma natural em avançada idade.

(IX) TIMÓTEO - Segundo a tradição eclesiástica Timóteo foi o primeiro bispo de Éfeso e diz que ele morreu ali martirizado quando João estava exilado na ilha de Patmos. Ele foi morto a pauladas por uma turba de idolatras que se encaminhavam para o templo para oferecerem sacrifícios aos deuses.

(X) INÁCIO DE ANTIOQUIA - A tradição diz que ele conheceu Pedro e foi ordenado bispo de Antioquia pelo apóstolo João. Foi condenado pelo imperador Trajano a ser lançado as feras em Roma. Enquanto atravessava a Síria a caminho de Roma, ele escreveu várias cartas. Em uma delas ele diz: "Desde a Síria até Roma estou lutando com feras por terra e por mar, de noite e de dia sendo levado preso por dez soldados cuja ferocidade iguala a dos leopardos, e os quais, mesmo quando tratados com brandura, só mostram crueldade. Mas no meio destas iniquidades, estou aprendendo... Coisa alguma, quer seja visível ou invisível, desperta a minha ambição, a não ser a esperança de ganhar a Cristo. Se o ganhar, pouco me importará que todas as torturas do demônio me acometam, quer seja por meio do fogo ou da cruz, ou pelo assalto das feras ou que os meus ossos sejam separados uns dos outros e meus membros dilacerados, ou todo o meu corpo esmagado.". Quando chegou em Roma o lançaram na arena com os leões, e ele disse: "Sou, como o trigo debulhado de Cristo, que precisa de ser moído pelos dentes das feras antes de se tornar em pão.". Depois disso foi comido pelos leões e recebido na glória pelo leão da tribo de Judá.

(XI) POLICARPO, BISPO DE ESMIRNA - Policarpo foi o discípulo pessoal do apostolo João, era homem muito consagrado e foi o principal pastor da Igreja de Esmirna. Nasceu em 69 d.C. e morreu em 159 d.C. Escreveu Duas cartas à igreja de Filipos conservadas até o dia de hoje.  Diz a história que ele ao entrar na arena para ser morto ouviu uma voz do céu que dizia: "Sê forte Policarpo! Se homem". Ele foi condenado à fogueira e quando o fogo acendeu não teve poder de queima-lo, por fim o mataram a golpes de espada. Depois de preso por pregar o evangelho, foi inquirido a amaldiçoar à Cristo no que ele respondeu: "Por 86 anos tenho sido servo de Cristo, e ele nunca me fez mal algum. Como posso blasfemar de meu Rei, que me salvou?".

(XII) PASTOR QUE FOI MORTO COM A FAMÍLIA - O pastor David Yonggi Cho conta em um de seus livros a história de um pastor que foi preso pelos soldados comunistas na cidade de Inchon, na época da invasão comunista na Coréia do Sul. Os soldados o prenderam e ameaçaram mata-lo caso não negasse a Jesus. Com bravura, o pastor reafirmou sua fidelidade a Jesus a despeito das ameaças. Os soldados, irados, ameaçaram sepulta-lo vivo com a sua família, caso ele não renegasse a sua fé. O pastor e sua família preferiram o martírio em vez da apostasia. Foi aberta, então, uma grande cova e jogaram lá dentro o pastor e sua família. Começaram a jogar terra e a soterrar a família piedosa. Quando a terra já estava sufocando a todos, um filho gritou desesperado: "Papai, pense em nós. Pense em nós papai". O pai aflito começou a chorar, mas sua esposa, cheia de fervor, gritou para os filhos: "Coragem, meus filhos, vocês não sabem que hoje à noite nós vamos jantar com Jesus, o Rei dos Reis e Senhor dos senhores?" Depois de encoraja-los a ser fiéis até a morte, começou a cantar um hino sobre o céu que dizia: "Eu avisto uma terra feliz, uma terra de glória e fulgor, Avistamos o lindo país, pela fé na Palavra de Deus; Sim no doce porvir, viveremos no lindo país, Sim no doce porvir, viveremos no lindo país”.  Cantaram com entusiasmo até que suas vozes foram silenciadas debaixo dos escombros. A obediência daquela família levou-os ao caminho estreito do martírio, mas no fim dessa estrada estava a glória excelsa de Deus. A multidão que assistiu a esse doloroso martírio ficou profundamente comovida e dezenas de pessoas se converteram e foram salvas por esse testemunho.

Tertuliano, um dos Pais da Igreja dizia que o sangue dos mártires era o adubo para o crescimento da igreja. Quanto mais os crentes eram massacrados, mais eles cresciam em número. Quanto mais se proibia o cristianismo, mas as pessoas reconheciam a Cristo como Senhor e Salvador, vindo com isso a morrer por sua fé. Segundo o escritor e pastor James Kennedy houve até os nossos dias cerca de 40 milhões de mártires cristão.

Paulo nos traz a sua experiência: (2 Cor.4:7-11) Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados. Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; Trazendo sempre por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus se manifeste também nos nossos corpos; E assim nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na nossa carne mortal. Veja o que diz Pedro: (1 Pedro 3:16)... "fazendo-o, todavia, com mansidão e temor, com boa consciência, de modo que, naquilo em que falam contra vós outros, fiquem envergonhados os que difamam o vosso bom procedimento em Cristo,".
(Sal.91:8-16)... "Somente com os teus olhos contemplarás e verás o castigo dos ímpios. Pois disseste: O SENHOR é o meu refúgio. Fizeste do Altíssimo a tua morada. Nenhum mal te sucederá, praga nenhuma chegará à tua tenda. Porque aos seus anjos dará ordens a teu respeito, para que te guardem em todos os teus caminhos. Eles te sustentarão em suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra. Pisarás o leão e a áspide, calcarás aos pés o leãozinho e a serpente. Porque a mim se apegou com amor, eu o livrarei; pô-lo-ei a salvo, porque conhece o meu nome. Ele me invocará, e eu lhe responderei; na sua angústia eu estarei com ele, livrá-lo-ei e o glorificarei. Saciá-lo-ei com longevidade e lhe mostrarei a minha salvação."


BIBLIOGRAFIA; Bíblias: ARA; NVI; On Line; FOX, J. O livro dos Mártires. Editora CPAD. Rio de Janeiro, 5º edição 2003. LOPES, H.D. Quando Deus Intervém. Editora – candeia; Richardson, D. Senhores da Terra. Editora – Betânia; Grant, M. Ivã. Editora – Betânia; Cho, David Yonggi. Oração, a chave do avivamento. Editora Betânia; Lopes, Hernandes Dias. Pentecostes, o fogo que não se apaga. Editora Hagnos; Cesária, Eusébio. História Eclesiástica. Editora CPAD; 
Pastor João Marcos Ferreira. 26/07/2015

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