terça-feira, 8 de março de 2016

MILITAR LEGITIMAMENTE, PARA SER COROADO AO FINAL DA CARREIRA...

...“E, se alguém também milita, não é coroado se não militar legitimamente” (II Timóteo 2.5).


Paulo começa esse capítulo, dando uma exortação para que Timóteo se mantenha firme na fé, se fortaleça na graça que ele recebeu em Cristo Jesus, bem como instruir outros na mesma fé que na qual ele tinha sido instruído. Paulo faz a seguir como que três analogias a respeito daquele que segue a fé genuína: Timóteo deveria participar dos sofrimentos de Paulo como um bom soldado que vendo seu companheiro ser atingido, continua a luta, se focando unicamente na vitória e não se deixando levar pelo mundo a sua volta, pois o único objetivo do soldado é cumprir as ordens de seu comandante, falando também sobre o atleta que se esforça na competição e segue a risca todas as normas para receber a vitória (I Coríntios 9:25). E também sobre o lavrador que trabalha honestamente, e, é o primeiro a receber a recompensa do fruto quando esta no tempo da colheita.
Todas essas são comparações feitas por Paulo, de como um cristão deve proceder em sua vida depois de sua conversão, quando creu em Jesus e foi por Ele justificado.

Paulo fala para Timóteo lembrar-se de Jesus Cristo, que foi ressuscitado entre os mortos, sendo Ele o consumador da sua fé, seu sacrifício não se compara a nada que possamos passar em nossa caminhada cristã. Jesus, foi a promessa de Deus para Davi e todo Israel, que um dos seus descendentes reinaria eternamente (II Sam. 7:12-16), e isso era também o evangelho que Paulo pregava. Paulo sabia que seus sofrimentos eram porque ele pregava o evangelho de Cristo Jesus e que por isso era tido em cadeias e como um malfeitor; Porém, tinha a convicção de que nada disso podia algemar a palavra de Deus, e assim suportava todas as coisas, por aqueles que desde a fundação do mundo tinham sido eleitos para salvação por meio de Jesus Cristo em eterna glória (Efésio 1:3-5). Jesus deu exemplo de que não podemos fazer a obra de Deus de qualquer maneira. Observe na multiplicação dos cinco pães e os dois peixes (Lucas 9.12-17)... Quando o Mestre recebeu os pães e os peixes para alimentar a multidão faminta, ordenou que os fizessem sentar em ranchos de 50 e de 100 pessoas, e, enquanto isso não foi feito, Ele não abençoou nem multiplicou o alimento. Isso nos mostra que Ele deseja ordem ao executarmos a Sua vontade. Sem dúvida, o povo estava ávido para comer, mas, primeiro, tinha de ser preparado como Jesus havia determinado.

Dessa forma, nada pode ser inventado para que a obra divina seja realizada com mais sucesso. Não podemos criar doutrinas; devemos observar como as pessoas foram usadas nos tempos bíblicos e imitá-las para que se obtenha igual produtividade. Elas agiam debaixo de inspiração, faziam o que lhes era mandado e não temiam qualquer ameaça. Além disso, não criavam meios de fazer algo para Deus a partir da própria mente. Os que assim tentaram não foram bem-sucedidos. Quem inventa meios de realizar a obra de Deus não está militando de modo legítimo, e isso é perigoso. Observe que dois filhos de Arão assim fizeram e foram mortos, porque o Altíssimo considerou que eles levaram fogo estranho; inspiração estranha ao altar do Senhor (Levítico 10.1,2; Números 26.61). O apóstolo Paulo escreveu aos (Filipenses 3.7-10)... “Mas o que, para mim, era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo. Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo e ser achado nele, não tendo justiça própria, que procede de lei, senão a que é mediante a fé em Cristo”; Ele nos mostra que vale a pena correr, mas que deve ser da maneira certa; Não por força própria, por boas obras, mas sim pela fé em Cristo. Também afirma em (Fil. 3.12: “Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus”. Em outras palavras: não estamos correndo sozinhos e não somos os primeiros. Jesus Cristo já correu e venceu por nós quando deu Sua vida na cruz. Ali ele conquistou o prêmio da vida eterna para nós.

O escritor aos Hebreus, nos mostra as regras para correr: (Heb. 12:1-3)... “Portanto nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta, olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual pelo gozo que lhe estava proposto suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus.” “Considerai, pois, aquele que suportou tais contradições dos pecadores contra si mesmo, para que não enfraqueçais, desfalecendo em vossos ânimos”.

Por isso, meu irmão, corramos de forma que possamos alcançar a vitória. Paulo escreveu (I Cor. 9.24-25)... “Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis. Todo atleta em tudo se domina; aqueles, para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, a incorruptível”.

Cuidado amados! Tudo aquilo que está fora dos padrões determinados por Deus ferem o mandamento sagrado, e consequentemente tem um preço, podemos destacar a morte dos filhos de Arão (Lev. 10.2b). O incensário era um recipiente onde se punha a essência aromática e fogo sobre eles para que a fumaça e o perfume daquela essência se espalhe em todo lugar do santuário. Mas, que fogo estranho era esse? “fogo estranho” no original significa “brasas vivas estranhas”, não se sabe ao certo o que era esse fogo adventício, entretanto todos os sacerdotes tinham o conhecimento do ritual estabelecido por Deus, porém a quebra de um dos rituais se constituía uma grande falta de obediência, como acontecera com algumas autoridades das escrituras; Moisés perdeu a oportunidade de entrar na terra prometida (Dt 34.1-8); Sansão pela quebra da lei do narizeado (Jz. 16.17-19); Hofni e Finéias profanaram o sagrado (I Sm 3.11-14); Saul por oferecer sacrifício o que não era para ser feito por ele (I Sm 13.8-14); Uzias chegou ao ponto de se sentir superior aos sacerdotes entrou no templo para queimar incenso (II Cr 26.18,19), entre outros. Tudo isso significava para Deus fogo estranho, a quebra de princípios, sendo assim, cabe ressaltar que a alta posição desses homens não os tornou imunes ao castigo divino, a santidade deveria ser preservada, essa era a lei imposta aos sacerdotes.

Devemos levar em consideração que Deus não mudou, podemos também aplicar essa lição nos dias no exercício do sacerdócio. Quantas vezes fazemos algo que não é agradável a Deus e depois subimos aos púlpitos para ministrar, desse momento em diante estamos oferecendo fogo estranho no altar, do qual Deus não se agrada, hoje no tempo da graça Deus age com misericórdia nos concedendo oportunidade para nos arrepender e chegar ao conhecimento da verdade, se assim não fosse poderíamos morrer como aqueles dois moços por se aproximarem do altar de modo impróprio desobedecendo ao mandado divino. Devemos nos chegar ao altar do Senhor da forma como Ele estabeleceu, não é de nossa competência estabelecer regras, principalmente àquelas que de alguma maneira venham nos favorecer, ele é quem determina, tenhamos cuidado com o fogo estranho no nosso meio, é muito comum vermos em algumas igrejas coisas absurdas e estranhas para nós, e muito mais para Deus. Existem duas coisas estranhas; incenso comum e fogo que não procedem do altar. O incenso comum fala da adoração formal e o fogo estranho que não é do altar corresponde àquelas animações por meio da agitação manuseada, é a substituição da verdadeira devoção por qualquer coisa. A Igreja de Coríntios estava nessa situação (I Co 1.11-13; Cl 2.8, 16-19). Os ditames mundanos estão entrando nas igrejas e muitos líderes aceitando para terem seus templos cheios, ostentar o seu poder e ofertas volumosas. Deus não tem aceitado todo tipo de oferendas nos sacrifícios, não nos conformemos com as práticas mundanas (Rm 12.2), no entanto devemos viver como filhos obedientes não nos conformando com as concupiscências que havia antes pela nossa ignorância (I Pe 1.13-16). Eis ai um único sacrifício recebido por Deus exposto “Os sacrifícios que agradam a Deus são um espírito quebrantado; um coração quebrantado e contrito, ó Deus, não desprezarás (Sl 51.17)”.

Corramos; mas corramos legitimamente.

Paz.

Pastor João Marcos Ferreira

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