sábado, 3 de outubro de 2015

O FILHO DO HOMEM...

... NÃO TINHA ONDE RECLINAR A CABEÇA.

Quantas vezes deixamos de agradecer a Deus pelos benefícios que Ele nos tem feito; Em nossos dias a aparência é o único critério de julgamento que o mundo conhece e muitas vezes, nós cristãos de boa vontade, nos deixamos seduzir pela aparência das pessoas e das coisas.

Muitas pessoas se aproximam de Jesus! O Mestre é bom, agradável, suas palavras são poderosas e trazem alento aos cansados e desesperançados. Sua voz é firme, ecoa dentro dos corações e traz direção ao perdido, fazendo com que sinta a segurança de estar dentro de um projeto lindo, indefectível e sem possibilidade de erros, contudo, a aproximação a Deus não é por amor ou agradecimento. É puramente por interesse em bens materiais, alimento, curas e milagres, mas não existe amor a Cristo e muito menos a sua palavra. Observe: (João 6: 14-15)... Depois de terem visto o milagre realizado por Jesus, o povo não mais queria se apartar dele, e todos foram procurá-lo. (João 6: 24-26). Aqui começa a grande questão, ou o sentido simbólico das palavras de Jesus. Jesus foi taxativo, no verso 26 ele declarou para a multidão que eles só o seguiam por causa do pão físico, resultado do milagre que ele Jesus tinha realizado. No verso 27, Jesus chama a atenção da multidão, atenção esta que não seria diferente se Jesus estivesse face a face com a grande multidão que dizem ser seus seguidores na atualidade; Jesus disse: Trabalhai não pela comida que perece...

Percebemos no ensinamento de nosso Senhor e mestre Jesus Cristo que em vários casos em que ele estava presente, ele utilizava métodos diferentes no ensinar. Muitas das vezes ele falava simbolicamente, por meios de parábolas, por meio de figuras, quase sempre de uma forma espiritual, este método utilizado por Jesus acontecia com maior frequência quando ele estava em meio a multidões. Mateus 13: 34, (Tudo isto disse Jesus por parábolas à multidão, e nada lhes falava sem parábolas;) Marcos 4: 33-34. (E com muitas parábolas tais lhes dirigia a palavra, segundo o que podiam compreender. E sem parábolas nunca lhes falava; porém tudo declarava em particular aos seus discípulos.) Mesmo para os discípulos Jesus utilizou figuras de linguagens, vemos isso no caso do consolador, registrado em (João 16: 25, 29)... Jesus disse: (V.25), (Disse-vos isso por parábolas; chega, porém, a hora em que vos não falarei mais por parábolas, mas abertamente vos falarei acerca do pai.) )V.29). (Disseram-lhe os seus discípulos: Eis que agora, falas abertamente e não dizes parábola alguma.) Jesus não só ensinou por meio de parábolas mais aplicou para si mesmo termos figurados ou simbólicos, e entre eles estão: (João 1: 36)... o cordeiro; (João 8: 12, 9: 5, 12: 46)... a luz do mundo; (João 10: 7-9)... a porta; (João 14: 6)... o caminho, (João 15: 1)... a videira.

Igualmente acontece em (Jo. 6), onde Jesus se declara o pão que desceu do céu, se interpretarmos literalmente este capítulo, o que nos impedirá de considerarmos todos os títulos simbólicos que Jesus aplicou a si mesmo? (Jo. 6: 1-2). Nesta localidade Jesus estava acompanhado por seus discípulos e por uma grande multidão, lembremo-nos de (Mat. 13: 34) e (Marcos 4: 34-35), onde Jesus falava a multidão por meio de parábolas. (João 6: 5)... Então Jesus, levantando os olhos, e vendo que uma grande multidão vinha ter com ele, disse a Filipe: Onde compraremos pão, para estes comerem? Aqui começou o dilema para os discípulos, onde comprar pão? Após isso Jesus realiza o milagre da multiplicação dos pães e dos peixes, onde foi possível a multidão comer até fartarem-se.

Por causa dos sinais, o que disse o povo? Jesus é o Senhor da Glória, mas nasceu pobre, foi abrigado junto com os animais e durante toda Sua vida, nada teve de Seu. Eram as mulheres que serviam Jesus com seus bens. Ele próprio refletiu sobre isso: “E disse Jesus: As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça.” (Mat. 8:20). Jesus não tinha nada de Seu.

Quando Jesus chegou próximo a Jerusalém com Seus discípulos, Ele mandou alguém pedir emprestado um jumentinho (Mc.11:2 e 3), porque Ele precisava entrar em Jerusalém de forma oposta ao que os fariseus esperavam, posto que esperavam um grande rei montado num cavalo branco, com espada em punho e pronto a libertar os judeus do jugo romano, mas Jesus entrou humilde, montado num jumentinho, que aliás nem era Dele, era emprestado.

Da mesma forma foi na última ceia. Era a páscoa e a tradição rezava que naquela noite, tal como todos os judeus, Jesus e Seus discípulos deveriam compartilhar dos pães asmos com ervas amargas, em memória à libertação dos hebreus da terra do Egito, mas Jesus não tinha casa, não tinha onde reunir Seus discípulos.

Jesus resolveu o problema de forma inusitada: “E enviou dois dos seus discípulos, e disse-lhes: Ide à cidade, e um homem, que leva um cântaro de água, vos encontrará; segui-o. E, onde quer que entre, dizei ao senhor da casa: O Mestre diz: Onde está o aposento em que hei de comer a páscoa com os meus discípulos? E ele vos mostrará um grande cenáculo mobilado e preparado; preparai-a ali.” (Marcos 14:13-15).

Os discípulos encontraram tudo como Jesus havia instruído. Seguiram o homem do cântaro, entraram na casa e o dono da casa disponibilizou uma grande sala mobiliada, provavelmente no andar superior da casa e ali os discípulos prepararam a ceia.
Jesus não tinha casa para preparar a ceia de páscoa, mas um homem ajudou e o Mestre ceou no cenáculo emprestado.
Quando Jesus morreu, José de Arimateia pediu o corpo Dele a Pilatos e tirou o Mestre da cruz, o envolveu em lençóis e depositou Seu corpo num sepulcro cravado na rocha e que nunca tinha sido usado por ninguém. O túmulo foi emprestado para Jesus.

Você tem onde morar, mesmo que seja uma casa simples ou alugada? Você tem o que comer mesmo que não seja em banquete, mas tem o pão de cada dia? Você tem ar para respirar, agua para beber, um Travesseiro, mesmo que não seja de espuma para reclinar  sua cabeça? se os tem, agradeça a Deus e considere que Jesus, mesmo sendo Rico e filho de Deus, para salvar a humanidade, veio a esse mundo e nem uma estalagem ou  um apartamento ou até mesmo uma enfermaria de hospital publico lhe ofereceram. Nasceu em uma ESTREBARIA (s.f. Estabelecimento onde se colocam ou se abrigam os cavalos e seus arreios. Cavalariça; local usado para abrigar burros, jumentos, mulas, éguas ou outros animais desse gênero. junto a animais). Enquanto nós com muito ou pouco luxo, temos sempre um lugar para nos abrigar, temos sempre um travesseiro para reclinar a nossa cabeça. Observe o que escreveu Mateus. (Mat. 8: 17 – 20)... Para que se cumprisse o que fora dito por intermédio do profeta Isaías: Ele mesmo tomou as nossas enfermidades e carregou com as nossas doenças. Vendo Jesus muita gente ao seu redor, ordenou que passassem para a outra margem. Então, aproximando-se dele um escriba, disse-lhe: Mestre seguir-te-ei para onde quer que vá. Mas Jesus lhe respondeu: As raposas têm seus covis, e as aves do céu, ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça. Lucas também escreveu: (Lucas 9:58)... E disse-lhe Jesus: As raposas têm covis, e as aves do céu, ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça.

O que é que estamos vendo em nossos dias? Milhões e milhões que dizem seguir a Jesus, mas o seguem não com o objetivo principal de buscar o reino de Deus e a sua justiça, mais sim o “pão” que perece, e com a multidão nos seus dias foi exatamente isso que Jesus os alertou, em outras palavras Jesus disse: vocês estão me seguindo por causa de comida. No (verso 31 de João 6), começa então a analogia do pão, quando a multidão que o seguia disse que os seus ancestrais que peregrinaram pelo deserto comeram o maná, o pão do céu. De uma forma simbólica Jesus lhes disse no verso 32. (Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: não foi Moisés quem vos deu o pão do céu; o verdadeiro pão do céu é meu Pai quem vos dá.) Observe (Jo 6: 31- 37)... Nossos pais comeram o maná no deserto, como está escrito: Deu-lhes a comer pão do céu. Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: não foi Moisés quem vos deu o pão do céu; o verdadeiro pão do céu é meu Pai quem vos dá. Porque o pão de Deus é o que desce do céu e dá vida ao mundo. Então, lhe disseram: Senhor dá-nos sempre desse pão. Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede. Porém eu já vos disse que, embora me tenhais visto, não credes. Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora. Neste ponto do assunto devemos perguntar: em que sentido Jesus estava dizendo que era o pão do céu? Será que Jesus estava dizendo isso para testificar de alguma forma que viveu antes no céu? Ou será que ele estava utilizando de uma linguagem a qual estava sendo utilizada naquele momento?(no caso o maná o pão do céu? vemos aí um paralelismo).

Amados! Embora Jesus seja SUPRIDOR DE NOSSAS NECESSIDADES, Ele não representa o Pão material que alimenta o nosso corpo. Jesus representa na realidade, o PÃO VIVO QUE DESCEU DO CEU, para alimentar a nossa alma e nos garantir vida eterna. Pare de buscar as coisas terrenas, mas “Buscai primeiro o Reino de Deus e sua Justiça, e todas as demais coisas vos serão acrescentadas”. (Mateus 6:33).
   


Pastor JOÃO MARCOS FERREIRA.  João Pessoa, 03 de outubro de 2015.

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