... NÃO TINHA ONDE RECLINAR A CABEÇA.
Quantas
vezes deixamos de agradecer a Deus pelos benefícios que Ele nos tem feito; Em
nossos dias a aparência é o único critério de julgamento que o mundo conhece e
muitas vezes, nós cristãos de boa vontade, nos deixamos seduzir pela aparência
das pessoas e das coisas.
Muitas
pessoas se aproximam de Jesus! O Mestre é bom, agradável, suas palavras são
poderosas e trazem alento aos cansados e desesperançados. Sua voz é firme, ecoa
dentro dos corações e traz direção ao perdido, fazendo com que sinta a
segurança de estar dentro de um projeto lindo, indefectível e sem possibilidade
de erros, contudo, a aproximação a Deus não é por amor ou agradecimento. É
puramente por interesse em bens materiais, alimento, curas e milagres, mas não
existe amor a Cristo e muito menos a sua palavra. Observe: (João 6: 14-15)... Depois
de terem visto o milagre realizado por Jesus, o povo não mais queria se apartar
dele, e todos foram procurá-lo. (João 6: 24-26). Aqui começa a grande questão,
ou o sentido simbólico das palavras de Jesus. Jesus foi taxativo, no verso 26
ele declarou para a multidão que eles só o seguiam por causa do pão físico,
resultado do milagre que ele Jesus tinha realizado. No verso 27, Jesus chama a
atenção da multidão, atenção esta que não seria diferente se Jesus estivesse
face a face com a grande multidão que dizem ser seus seguidores na atualidade;
Jesus disse: Trabalhai não pela comida que perece...
Percebemos
no ensinamento de nosso Senhor e mestre Jesus Cristo que em vários casos em que
ele estava presente, ele utilizava métodos diferentes no ensinar. Muitas das
vezes ele falava simbolicamente, por meios de parábolas, por meio de figuras,
quase sempre de uma forma espiritual, este método utilizado por Jesus acontecia
com maior frequência quando ele estava em meio a multidões. Mateus 13: 34,
(Tudo isto disse Jesus por parábolas à multidão, e nada lhes falava sem
parábolas;) Marcos 4: 33-34. (E com muitas parábolas tais lhes dirigia a
palavra, segundo o que podiam compreender. E sem parábolas nunca lhes falava;
porém tudo declarava em particular aos seus discípulos.) Mesmo para os
discípulos Jesus utilizou figuras de linguagens, vemos isso no caso do consolador,
registrado em (João 16: 25, 29)... Jesus disse: (V.25), (Disse-vos isso por
parábolas; chega, porém, a hora em que vos não falarei mais por parábolas, mas
abertamente vos falarei acerca do pai.) )V.29). (Disseram-lhe os seus
discípulos: Eis que agora, falas abertamente e não dizes parábola alguma.)
Jesus não só ensinou por meio de parábolas mais aplicou para si mesmo termos
figurados ou simbólicos, e entre eles estão: (João 1: 36)... o cordeiro; (João
8: 12, 9: 5, 12: 46)... a luz do mundo; (João 10: 7-9)... a porta; (João 14: 6)...
o caminho, (João 15: 1)... a videira.
Igualmente
acontece em (Jo. 6), onde Jesus se declara o pão que desceu do céu, se
interpretarmos literalmente este capítulo, o que nos impedirá de considerarmos
todos os títulos simbólicos que Jesus aplicou a si mesmo? (Jo. 6: 1-2). Nesta
localidade Jesus estava acompanhado por seus discípulos e por uma grande
multidão, lembremo-nos de (Mat. 13: 34) e (Marcos 4: 34-35), onde Jesus falava
a multidão por meio de parábolas. (João 6: 5)... Então Jesus, levantando os
olhos, e vendo que uma grande multidão vinha ter com ele, disse a Filipe: Onde
compraremos pão, para estes comerem? Aqui começou o dilema para os discípulos,
onde comprar pão? Após isso Jesus realiza o milagre da multiplicação dos pães e
dos peixes, onde foi possível a multidão comer até fartarem-se.
Por
causa dos sinais, o que disse o povo? Jesus é o Senhor da Glória, mas nasceu
pobre, foi abrigado junto com os animais e durante toda Sua vida, nada teve de
Seu. Eram as mulheres que serviam Jesus com seus bens. Ele próprio refletiu
sobre isso: “E disse Jesus: As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos,
mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça.” (Mat. 8:20). Jesus não
tinha nada de Seu.
Quando
Jesus chegou próximo a Jerusalém com Seus discípulos, Ele mandou alguém pedir
emprestado um jumentinho (Mc.11:2 e 3), porque Ele precisava entrar em
Jerusalém de forma oposta ao que os fariseus esperavam, posto que esperavam um
grande rei montado num cavalo branco, com espada em punho e pronto a libertar
os judeus do jugo romano, mas Jesus entrou humilde, montado num jumentinho, que
aliás nem era Dele, era emprestado.
Da
mesma forma foi na última ceia. Era a páscoa e a tradição rezava que naquela
noite, tal como todos os judeus, Jesus e Seus discípulos deveriam compartilhar
dos pães asmos com ervas amargas, em memória à libertação dos hebreus da terra
do Egito, mas Jesus não tinha casa, não tinha onde reunir Seus discípulos.
Jesus
resolveu o problema de forma inusitada: “E enviou dois dos seus discípulos, e
disse-lhes: Ide à cidade, e um homem, que leva um cântaro de água, vos
encontrará; segui-o. E, onde quer que entre, dizei ao senhor da casa: O Mestre
diz: Onde está o aposento em que hei de comer a páscoa com os meus discípulos?
E ele vos mostrará um grande cenáculo mobilado e preparado; preparai-a ali.”
(Marcos 14:13-15).
Os
discípulos encontraram tudo como Jesus havia instruído. Seguiram o homem do
cântaro, entraram na casa e o dono da casa disponibilizou uma grande sala
mobiliada, provavelmente no andar superior da casa e ali os discípulos
prepararam a ceia.
Jesus
não tinha casa para preparar a ceia de páscoa, mas um homem ajudou e o Mestre ceou
no cenáculo emprestado.
Quando
Jesus morreu, José de Arimateia pediu o corpo Dele a Pilatos e tirou o Mestre
da cruz, o envolveu em lençóis e depositou Seu corpo num sepulcro cravado na
rocha e que nunca tinha sido usado por ninguém. O túmulo foi emprestado para
Jesus.
Você
tem onde morar, mesmo que seja uma casa simples ou alugada? Você tem o que
comer mesmo que não seja em banquete, mas tem o pão de cada dia? Você tem ar
para respirar, agua para beber, um Travesseiro, mesmo que não seja de espuma
para reclinar sua cabeça? se os tem,
agradeça a Deus e considere que Jesus, mesmo sendo Rico e filho de Deus, para
salvar a humanidade, veio a esse mundo e nem uma estalagem ou um apartamento ou até mesmo uma enfermaria de
hospital publico lhe ofereceram. Nasceu em uma ESTREBARIA (s.f. Estabelecimento
onde se colocam ou se abrigam os cavalos e seus arreios. Cavalariça; local
usado para abrigar burros, jumentos, mulas, éguas ou outros animais desse
gênero. junto a animais). Enquanto nós com muito ou pouco luxo, temos sempre um
lugar para nos abrigar, temos sempre um travesseiro para reclinar a nossa
cabeça. Observe o que escreveu Mateus. (Mat. 8: 17 – 20)... Para que se
cumprisse o que fora dito por intermédio do profeta Isaías: Ele mesmo tomou as
nossas enfermidades e carregou com as nossas doenças. Vendo Jesus muita gente
ao seu redor, ordenou que passassem para a outra margem. Então, aproximando-se
dele um escriba, disse-lhe: Mestre seguir-te-ei para onde quer que vá. Mas
Jesus lhe respondeu: As raposas têm seus covis, e as aves do céu, ninhos; mas o
Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça. Lucas também escreveu: (Lucas
9:58)... E disse-lhe Jesus: As raposas têm covis, e as aves do céu, ninhos, mas
o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça.
O
que é que estamos vendo em nossos dias? Milhões e milhões que dizem seguir a
Jesus, mas o seguem não com o objetivo principal de buscar o reino de Deus e a
sua justiça, mais sim o “pão” que perece, e com a multidão nos seus dias foi
exatamente isso que Jesus os alertou, em outras palavras Jesus disse: vocês
estão me seguindo por causa de comida. No (verso 31 de João 6), começa então a
analogia do pão, quando a multidão que o seguia disse que os seus ancestrais
que peregrinaram pelo deserto comeram o maná, o pão do céu. De uma forma
simbólica Jesus lhes disse no verso 32. (Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em
verdade vos digo: não foi Moisés quem vos deu o pão do céu; o verdadeiro pão do
céu é meu Pai quem vos dá.) Observe (Jo 6: 31- 37)... Nossos pais comeram o
maná no deserto, como está escrito: Deu-lhes a comer pão do céu. Replicou-lhes
Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: não foi Moisés quem vos deu o pão do
céu; o verdadeiro pão do céu é meu Pai quem vos dá. Porque o pão de Deus é o que
desce do céu e dá vida ao mundo. Então, lhe disseram: Senhor dá-nos sempre
desse pão. Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim
jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede. Porém eu já vos disse
que, embora me tenhais visto, não credes. Todo aquele que o Pai me dá, esse
virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora. Neste ponto do
assunto devemos perguntar: em que sentido Jesus estava dizendo que era o pão do
céu? Será que Jesus estava dizendo isso para testificar de alguma forma que
viveu antes no céu? Ou será que ele estava utilizando de uma linguagem a qual
estava sendo utilizada naquele momento?(no caso o maná o pão do céu? vemos aí
um paralelismo).
Amados!
Embora Jesus seja SUPRIDOR DE NOSSAS NECESSIDADES, Ele não representa o Pão
material que alimenta o nosso corpo. Jesus representa na realidade, o PÃO VIVO
QUE DESCEU DO CEU, para alimentar a nossa alma e nos garantir vida eterna. Pare
de buscar as coisas terrenas, mas “Buscai primeiro o Reino de Deus e sua
Justiça, e todas as demais coisas vos serão acrescentadas”. (Mateus 6:33).
Pastor
JOÃO MARCOS FERREIRA. João Pessoa, 03 de
outubro de 2015.
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